Em seu livro “Serpente Cósmica”, o antropólogo Jeremy Narby faz conexões simbólicas entre a cosmogonia dos povos originários, suas práticas ritualísticas com as medicinas da floresta e o fenômeno científico conhecido por biofotônica. Este fenômeno nos revela que todos os seres vivos emitem uma luz demasiadamente delicada, de baixíssima intensidade, que não pode ser vista a olho nu, mas que segundo pesquisas científicas, cumpririam uma função vital na regulação de nossos organismos. 

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A beleza dessa analogia, apresentada pelo antropólogo, é interligar o caráter visionário das mirações, imagens iluminadas acessada pelos xamãs no contexto dos rituais sagrados, com nossas luzes internas, derivadas do DNA, base da vida na Terra. Ele especula que tais emissões fotônicas estejam ligadas à produção de imagens numinosas, que ao expandirem a consciência dos participantes dos rituais, proporcionam visões de mundos possíveis e mágicos. Somos todos seres iluminados e vivemos num mar de luzes, cada vez mais profundo, que se expande de nossas células às profundezas das galáxias. 

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Inspirados por estas analogias, o LUMI - Festival de Luzes de Nova Friburgo, um dos primeiros festivais de luzes do Brasil, busca, mais uma vez, na edição de 2024, levar ao público da cidade de Friburgo e aos seus visitantes uma experiência mágica através de luzes que se manifestam no corpo de trabalhos de arte, de organismos sensíveis espalhados pelo centro da cidade. Sob a curadoria do artista Guto Nóbrega, o Festival se interessa em levar ao público uma experiência luminosa muito além do contexto ordinário quotidiano. Somos quase sempre banhados por luzes, naturais e artificiais, ao mesmo tempo que nos mantemos fechados em nossas cavernas mentais.